Assim será no próximo mês de junho. Adiada a pedido dos argelinos, a visita de Estado que o Presidente Abdelmadjid Tebboune faria a França de 2 a 3 de maio foi finalmente demarcada para a segunda quinzena de junho. A 23 de abril, o Chefe de Estado argelino e seu homólogo francês falaram por telefone para – segundo um comunicado de imprensa da presidência argelina – chegar a acordo sobre esta nova data e discutir as perspectivas das suas relações bilaterais, bem como os meios para as melhorar .para fortalecer.
Os preparativos para a visita de Abdelmadjid Tebboune prevaleceu no início de março, com a permanência em Paris de uma das vítimas de “precursores” da presidência argelina, que vieram discutir com os estrangeiros questões relativas à logística e ao protocolo.
Fique parasitado por CONTESTAÇÃO anti Macron
Desde os primeiros contatos, o Palácio de El-Mouradia manifestou o desejo de que a visita de Estado fosse adiada por quinze dias. O Eliseu então argumentou que a agenda de Emmanuel Macron para o mês de maio já estava lotada. Está, portanto, marcada uma nova estadia em Paris para os precursores argelinos, após o festival do Eid, para que possa finalizar os preparativos. Mas enfrentamos novos desenvolvimentos que ficaram ainda mais hipotéticos a manutenção das datas inicialmente previstas para a permanência de Abdelmadjid Tebboune em Paris.
Na segunda-feira, 17 de abril, Ahmed Attaf, ministro das Relações Exteriores da Argélia, de fato informou Catherine Colonna, chefe da diplomacia francesa, que a presidência pretendia adiar a chegada de Abdelmadjid Tebboune, alegando que as duas partes não tiveram resultados” a anunciar para esta visita – a primeira de um chefe de Estado argelino desde a feita em Junho de 2000 pelo Presidente Bouteflika. Ou seja: as duas partes não prosseguiram nos dossiês de parceria e cooperação iniciadas antes e depois da visita de Emmanuel Macron à Argélia em agosto de 2022.
Por detrás do adiamento pretendido por El-Mouradia, existem considerações de ordem política que as autoridades argelinas não querem admitir nem comentar oficialmente. O clima político e de contestação social na França, com as manifestações contra a reforma das pensões, não favoreceram uma condução serena e sofreram desta visita no início de Maio.
O clima deletério na capital francesa pode ter atrapalhado ou atrapalhado muito a permanência de Tebboune, cujo programa inclui, em particular, a cerimónia nos Invalides, entrevistas no Eliseu, visita à Grande Mesquita e jantar oficial.
3 de maio: Dia da Liberdade de Imprensa
A estas apreensões acrescem os recebimentos de manifestações e ações da diáspora e de ONG contra o executivo argelino para protestar contra a prisão de jornalistas e atentados à liberdade de imprensa. Assim, no dia 30 de março, em frente à Embaixada da Argélia em Paris, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) organizou uma operação para entregar 13.000 envelopes simbolizando as assinaturas coletadas na petição pela libertação do jornalista Ihsane El-Kadi, condenado a cinco anos de prisão, dois dos quais suspensos. Desde a sua prisão em dezembro de 2022, várias organizações e meios de comunicação internacional de renome fizeram campanha junto das autoridades argelinas pela sua libertação.
Nesse caso, o fato de o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de maio, coincide com o segundo dia da visita do Estado de Tebboune não deveria tranquilizar El-Mouradia sobre a serenidade da estada do presidente em Paris. Daí a insistência para que a referida visita seja seguramente para o mês de junho. Com a condição de que, até lá, nenhum incidente ou aborto venha a pôr em causa o laborioso trabalho de registro.
O que é certo, porém, é que essas reconciliações repetidas dependem quase exclusivamente da relação especial entre Emmanuel Macron e Abdelmadjid Tebboune, que se apreciam ao ponto da familiaridade. Cada vez que as duas partes se confundem, cada crise diplomática, o apaziguamento sempre envolve um telefonema entre os dois homens.