quinta-feira, novembro 21, 2024
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No Canadá, a resiliência dos estudantes africanos apesar dos desafios

“É hora de tomarmos ações concretas em favor do nosso planeta.” Esta é a resposta dada por Ruth Célia Makele Mbondo, estudante do Instituto Politécnico Nacional-Houphouët-Boigny (INP-HB), quando questionada sobre as suas motivações para participar no “Concurso Universitário U7+”.

Costa do Marfim, o único país representado

Criada em 2022 pela Aliança U7+ de universidades globais, a competição U7+ convida os estudantes a realizar pesquisas e propor soluções para um problema local relacionado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Assim, este ano, as equipes finalistas apresentaram seus projetos durante evento organizado pela Faculdade de Engenharia da Universidade de Ottawa. A fase final da competição, que aconteceu de 24 a 26 de maio na Universidade de Ottawa, contorno com fazer equipes do Canadá, França, Japão, Gana, Costa do Marfim, Índia e Estados Unidos. A Costa do Marfim foi o único país que conseguiu representar África nesta segunda edição.

Entre os alunos presentes estavam as demonstrações do INP-HB. A sua presença foi motivo de grande orgulho e alegria sincera para o embaixador, que viu o talento da sua nação ser destacado neste evento internacional. Infelizmente, esta alegria não foi compartilhada por todos os estudantes africanos inscritos no concurso. Na verdade, os longos e tediosos procedimentos para a obtenção de vistos privaram os estudantes ganenses da participação. No entanto, apesar dos desafios que enfrentamos, conseguimos demonstrar adaptabilidade participando na competição online. O seu compromisso e paixão pela engenharia têm sido uma verdadeira fonte de inspiração para os seus pares e demonstram o seu desejo de superar obstáculos para alcançar a excelência. Os ganenses da Universidade Ashesi levaram para casa honras na categoria Estudante aberta.

Recusas alarmantes

Por seu lado, os estudantes costa-marfinenses conseguiram, apesar dos vistos concedidos apenas no dia anterior à sua partida, demonstrando a sua resiliência e engenhosidade ao ficarem em terceiro lugar na competição. Embora estes desempenhos de especialização destaquem a determinação destes estudantes africanos, é importante destacar a persistência e, com toda a probabilidade, o agravamento do problema de emissão de vistos no Canadá. Com efeito, num artigo publicado em análiseUma imprensa, A jornalista Suzanne Colpron observa que a taxa de recusa de vistos e autorizações de estudo para estudantes estrangeiros é alta. Atinge níveis particularmente alarmantes quando se trata de estudantes de África.

Na verdade, em 2021, a taxa de recusa foi superior a 52% em Ontário. Estas estatísticas destacam as dificuldades e obstáculos enfrentados pelos estudantes africanos que desejam continuar os seus estudos ou participar num concurso universitário no Canadá. Longos e complexos, os procedimentos de visto têm impacto direto na participação e, certamente, no desempenho dos jovens do continente durante competições internacionais. Isto não apenas limita suas oportunidades de aprendizagem e intercâmbio, mas também pode prejudicar a diversidade e a inclusão tão desejadas neste tipo de eventos internacionais.

Procedimentos simplificados

As competições e eventos universitários internacionais são, como podemos facilmente adivinhar, oportunidades valiosas para partilhar conhecimentos, comparar ideias e, acima de tudo, construir ligações entre jovens talentos de todo o mundo. Estas reuniões estimulam a inovação, promovem a cooperação e preparam os futuros decisores para enfrentar os desafios globais. É, portanto, importante e essencial que o governo canadense tome medidas para simplificar os procedimentos de emissão de vistos, nomeadamente apoiando uma abordagem mais aberta e inclusiva para com os estudantes internacionais, especialmente os provenientes de África. Trata-se do enriquecimento mútuo das nações e da construção de um futuro sustentável E próspero.

Yann Amoussou
Yann Amoussouhttps://afroapaixonados.com
Nascido no Benim, Yann AMOUSSOU trouxe consigo uma grande riqueza cultural ao chegar ao Brasil em 2015. Graduado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília, ele fundou empreendimentos como RoupasAfricanas.com e TecidosAfricanos.com, além de coordenar o projeto voluntário "África nas escolas". Com 27 anos, Yann é um apaixonado pelo Pan-Africanismo e desde criança sempre sonhou em se tornar presidente do Benim. Sua busca constante em aumentar o conhecimento das culturas africanas o levou a criar o canal de notícias AfroApaixonados
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